SETEMBRO HISTÓRICO PARA O KICKBOXING BRASILEIRO
O Brasil tem os seus primeiros campeões brasileiros de Kickboxing Universitário. O momento era muito esperado, ainda mais com o atraso das competições devido à pandemia. O primeiro campeonato chancelado pela Confederação Brasileira de Desportos Universitários abriu a semana da Copa Brasil de Kickboxing. Desta vez, em Maringá (PR). Os atletas e suas delegações tiveram a oportunidade de participar de dois grandes eventos entre os dias 4 e 7 de setembro. Além do primeiro campeonato universitário, houve tão aguardado retorno da Copa Brasil.
O 1º Campeonato Brasileiro de Kickboxing Universitário foi um momento de grande orgulho para todos os participantes, afinal, os atletas puderam escrever seus nomes como pioneiros. A entrada do esporte no circuito de Lutas da CBDU é uma das grandes conquistas realizadas pela CBKB nos últimos anos. Agora podemos afirmar que nosso esporte é Olímpico e Universitário.
Para Paulo Zorello, presidente da CBKB e Wako Panam (Confederação Pan Americana de Kickboxing) e vice-presidente da Wako (World Association of Kickboxing Organizations - Associação Mundial de Organizações de Kickboxing), o Campeonato Universitário realmente foi um prazer. "Já na primeira edição um bom número de atletas, um excelente número de universidades com representantes. Isso mostra que mais uma vez a CBKB oportunizou os seus filiados e está no caminho certo para o desenvolvimento do esporte em todo o território nacional. Essa divisão do esporte universitário era algo que a gente já buscava há algum tempo e tenho certeza que vai crescer muito. Nosso objetivo não é somente organizar o campeonato universitário dentro de um evento oficial da CBKB e sim participar do JUBs. Esse é o principal objetivo e, com certeza, conquistaremos", destacou.
O Campeonato Brasileiro Universitário foi promovido em 4 de setembro. Puderam participar como atletas universitários os jovens de 18 a 25 matriculados em instituições de ensino superior. A modalidade disputada foi o Light Contact e os competidores puderam participar também da Copa Brasil, que foi realizada em sequência no mesmo local, o Ginásio de Lutas do Parque do Japão, em Maringá (PR).
Foram 38 atletas inscritos, sendo um desclassificado na primeira etapa (pesagem oficial). Deste total, oito do sexo feminino e 27 do sexo masculino seguiram para a próxima etapa. Conforme a CBDU, 29 lutas foram realizadas, divididas em cinco categorias. Duas femininas: até 60kg e até 70kg. Três masculinas: até 69kg, até 79kg e até 89kg. As lutas ocorreram em duas áreas no ginásio. Sete árbitros estavam em cada área e também um diretor-geral, totalizando 15 árbitros. Os atletas participantes representaram 26 universidades do Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Sergipe e Distrito Federal.
Para José Francisco Marques Cardoso, diretor universitário da Federação de Kickboxing do Estado do Rio de Janeiro e membro da Comissão Nacional de Kickboxing Universitário da Confederação Brasileira de Kickboxing, a representatividade dos atletas foi significativa. "Não foi maior, pois se enquadrar na categoria universitária torna a participação mais seletiva. Temos muitos atletas na idade, mas poucos são acadêmicos em nível superior. A Confederação Brasileira de Kickboxing está para firmar parcerias com diversas universidades no país onde facilitará o ingresso dos nossos atletas nas faculdades", adiantou.
Cardoso aponta que "o ingresso ao meio universitário irá auxiliar na formação de profissionais ainda mais preparados para o mercado de trabalho". "Esses atletas possuem grande espírito de liderança, disciplina, responsabilidade e vontade de vencer. A missão da CBKB, além de fomento do kickboxing em nível nacional, é a contribuição social", acrescentou. O diretor universitário da FKBERJ conta que a aceitação inicial do campeonato pelos kickboxers do Brasil foi o maior desafio. "O esporte universitário é um cenário atípico para eles, onde gerou uma certa resistência dos mesmos", pontuou.
Lucas Jacob, membro da Comissão Nacional de Kickboxing Universitário da Confederação Brasileira de Kickboxing, também comenta sobre os desafios desse primeiro campeonato. "Foi diferente do que a gente já estava acostumado, principalmente, por ter a situação de abranger a maior parte das universidades possíveis e a gente tentar se conectar com todos os estudantes. Então, a gente começou o trabalho de levantamento dos universitários da CBKB há mais de um ano, intensificamos esse trabalho em fevereiro deste ano e fomos avançando. Feito isso, começamos a enviar os convites e entramos em contato com os representantes de delegações e continuamos trabalhando para mostrar a importância de participar e se envolver no campeonato universitário", relatou.
Após a conclusão deste primeiro campeonato, Jacob declara que os membros da comissão organizadora ficaram muito contentes com o resultado. "Claro que gostaríamos de ter mais inscritos, mais participantes. Mas, para uma primeira vez, voltando de uma pandemia, atingir mais de 20 universidades e ter um grande número de estados participando, foi muito significante. Temos uma expectativa bem grande para os próximos anos, queremos aumentar as categorias, as divisões de peso e, consequentemente, entrar com kickboxing dentro dos JUBs [Jogos Universitários Brasileiros], junto com as outras modalidades", avaliou.
"A ideia é que a gente consiga implementar o kickboxing nas etapas do circuito de desporto universitário: Jogos Universitários de Luta, Jogos Estaduais Universitários, entre outros, e assim a gente coloque o esporte em todo circuito universitário, não só no Brasil, mas nos panamericanos e circuitos mundiais de competições universitárias", acrescentou.
Cardoso ressalta que a Comissão Nacional de Kickboxing Universitário da CBKB é formada por uma ótima equipe. "Todos, sem exceção, se dedicaram ao máximo para realizar o evento que foi um sucesso Eu só tenho a agradecer essa equipe. A Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU) nos auxiliou e contribuiu diretamente através do envio das medalhas e certificados de participação, tudo oficial da CBDU", valorizou.
FOMENTO
Francisco Cardoso apresentou à reportagem da CBKB que em 21 de setembro esteve em Brasília participando dos JUBs, evento oficial CBDU. "Estou buscando me reunir com as principais autoridades do esporte universitário nacional para a inclusão do Kickboxing em futuras edições dos JUBs", afirmou.
Além da CBKB, a Federação de Kickboxing do Estado do Rio de Janeiro (FKBERJ) também está fomentando o Kickboxing universitário. Através da parceria com a Federação de Esportes Universitários do Estado do Rio de Janeiro (FEURJ), a FKBERJ organizou no último dia 7 de agosto o Campeonato Intermunicipal de Kickboxing Universitário, em São Gonçalo (RJ).
“Ainda este ano, será realizado o Campeonato Estadual de Kickboxing Universitário que acontecerá no dia 12 de novembro, na capital carioca. O presidente da FKBERJ, Sr. Capitulino Gomes, teve a iniciativa de acrescentar a categoria universitária no Prêmio Melhores do Ano, no qual os atletas que somarem mais pontos nos dois eventos estaduais e o nacional, serão homenageados”, disse Cardoso.
COPA BRASIL
Após o 1° Campeonato Brasileiro de Kickboxing Universitário, chegou o aguardado momento da Copa Brasil. As competições foram realizadas no mesmo local e seguiram até o dia 7 de setembro. No total, 602 atletas competiram em todas as modalidades do kickboxing. Representantes de 17 estados estiveram presentes. Desses 602 participantes, em torno de 300 foram classificados para o Panamericano deste ano, que será realizado em Cascavel (PR).
"Realizar essa Copa Brasil mais uma vez no Paraná foi um prazer para a CBKB, principalmente, da forma que o estado, a delegacia, sabiamente comandada pelo professor Fábio Galvão, tem demonstrado a expertise na realização dos grandes eventos. Haja vista, o campeonato sul-americano no ano passado, Copa Brasil esse ano e também logo mais o campeonato panamericano que será em Cascavel. Cascavel, terra do nosso presidente da Comissão de Mídia e meu assessor pessoal, Jeferson Lazaro, que tem trabalhado muito para o desenvolvimento do kickboxing em todo o estado", avaliou Paulo Zorello.
O Paraná conquistou o grande título da Copa Brasil. Zorello pontuou que "isso não é fruto do acaso". "É fruto de um trabalho sério, trabalho diário, trabalho com objetivos. Algo que o comando da delegacia, os faixas pretas do estado e os filiados têm mostrado que têm toda percepção da necessidade de fazê-lo. O Paraná está de parabéns, todos os participantes estão de parabéns. Foram 17 estados. Recorde de participação de estados. O kickboxing vem crescendo cada vez mais e a Copa Brasil demonstrou que é um campeonato que atrai realmente", destacou.
TEXTO: Fernanda Circhia e Lathara F. Veríssimo
FOTOS: @asfelix_
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